segunda-feira, 12 de outubro de 2009

MOSTRA IMARGINAL

O ÚLTIMO CANTO DO BODE
TOMO I
A BESTIFICAÇÃO DE RÔMULO

Esta noite ver-se-ia a encenação de certa rebuscada ópera italiana: o apogeu de um grande imperador romano. O concerto inicia com o incrível silêncio da plateia já amortecida pela afinação da orquestra, presa no fosso. O rei canta a sua ária magnífica embebido nas mãos do vitorioso Baco. As notas escorrem pela boca do contra tenor de forma inumana, o coro das mulheres saúda o seu rei, o dos homens lhe jura adoração eterna. O público poderia permanecer entorpecido nas vozes perfeitas, no cuidado com a cenografia, nos broqueis, e principalmente no acabamento.

Mas todo o aparato não suportaria a virtuose de talentosos artistas quando olhados de tão perto, como por um furo na parede, por onde as divas de um teatro de rebolado se preparam para invadir a grandiosa arena, e realizar a definitiva encenação ritual da queda de Roma.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Infâmia na Boca do Fuzil

SERVAS EM CHAMAS!!!
É DO COLO DE NOSSOS PATRÕES QUE FAREMOS A NOSSA REVOLUÇÃO.

MEIGAS. INEXPRESSIVAS. EXCITANTES.

Quem terá coragem de calar a nossa voz?